Manaus, AM
(da Folha OnLine).
Dissidentes do PV fizeram hoje a primeira convenção nacional do Livre, partido político em formação que reúne militantes insatisfeitos com a "perda de foco" dos verdes e a filiação da senadora Marina Silva, pré-candidata à Presidência.
O grupo apoia Dilma Rousseff (PT) em troca de ajuda petista na coleta de assinaturas necessárias para oficializar a legenda.
Segundo Dalva Lazaroni, eleita para presidir o Livre (sigla para Liberdade, Igualdade, Verdade, Responsabilidade e Educação), a entrada de Marina no PV foi "incoerência e oportunismo" da cúpula do partido.
Ela afirmou que a crença evangélica da senadora vai contra bandeiras históricas dos verdes, como defesa da união civil de homossexuais e da descriminalização do aborto e da maconha.
Lazaroni também criticou a participação de Marina no lançamento hoje, em Salvador, da pré-candidatura ao governo baiano do deputado e líder anti-aborto Luiz Bassuma (PV). Segundo a presidente do Livre, Marina está "na contramão da história".
Ela disse apoiar Dilma porque a petista "respeita quem é a favor" das posições libertárias, enquanto Marina "pensa mais nas próprias convicções".
Já o secretário de Comunicação do Livre, André Fernandes, explicou que a defesa de Dilma é uma "permuta": em troca do apoio, petistas e a CUT se comprometem a ajudar na coleta de assinaturas para registrar a legenda.
O grupo contabiliza cerca de 100 mil assinaturas, sendo que o mínimo exigido é quase 500 mil. A expectativa é oficializar o partido até o fim do ano, abrindo as portas aos recém-eleitos interessados no troca-troca partidário.
A convenção do novo partido contou com cerca de 80 militantes na Câmara Municipal de Belo Horizonte. No local havia faixas de apoio do grupo gay Arco-Íris, da CUT (Central Única dos Trabalhadores) fluminense e do Sindicato dos Petroleiros do Rio de Janeiro. A agremiação também conta com dissidentes de PT, PSB e PC do B.
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