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19 de jun. de 2018

Coronelismo Político

Manicoré, AM


Fonte: WIKIPEDIA


Coronelismo é um brasileirismo usado para definir a complexa estrutura de poder que tem início no plano municipal, exercido com hipertrofia privada  – a figura do coronel  – sobre o poder público — o Estado —, e tendo como caracteres secundários o mandonismo, o filhotismo (ou apadrinhamento), a fraude eleitoral e a desorganização dos serviços públicos — e abrange todo o sistema político do país, durante a República Velha.[1][2][3] Era representado por lideranças que iam desde o "áspero guerreiro" Horácio de Matos a um letrado Veremundo Soares, possuindo como "linha-mestra" o controle da população.[4] Como forma de poder político consiste na figura de uma liderança local — o coronel — que define as escolhas dos eleitores em candidatos por ele indicados.[5]



O voto branco e nulo são resquícios desse coronelismo, já que esses votos só facilitavam a entrada dos candidatos no poder. Funcionava da seguinte forma: em uma cidade com 100 mil habitantes e 10 candidatos, por exemplo, para ser eleito eram necessários 10 mil votos. Se 20 mil pessoas votassem branco ou nulo, só eram necessários 8 mil votos para se eleger. Desse modo, menos votos teriam de ser comprados e menos pessoas ameaçadas (Voto de cabresto).



Como período histórico no Brasil, compreende o intervalo desde a Proclamação da República (1889) até a prisão dos coronéis baianos, pela Revolução de 1930, tendo seu fim simbólico no assassinato de Horácio de Matos, no ano seguinte,[4] sendo definitivamente sepultado com a derrubada do caudilho gaúcho Flores da Cunha, com a implantação do Estado Novo em 1937[6]. Entretanto, como integrantes da Guarda Nacional, os oficiais civis exerceram influência entre 1831 e 1918 (ou 1924).[7]



Como forma de mandonismo, o coronelismo tem origem no período colonial - quando era inicialmente absoluto o poder do chefe local, evoluindo em seguida para formas mais elaboradas de controle, chegando nas modernas formas de clientelismo.[4] Embora o cargo de "coronel" da Guarda Nacional tenha sido originado quando da criação da própria Guarda Nacional no Período Regencial quando era Ministro da Justiça o padre Diogo Antônio Feijó (1831), não era o mesmo que a patente militar do Exército Brasileiro e, como fenômeno social e político, teve lugar após o advento da república.[8]

9 de mai. de 2018

15 de maio, aniversário de Manicoré

Manicoré, M


15 de maio, aniversário de Manicoré, é um dia propício para refletirmos sobre o que queremos para Manicoré.

As pessoas sabem e comentam, está na nossa cara, que nosso município é carente de muitas coisas. Estamos há 140 anos sem energia elétrica de qualidade, há 140 anos sem água tratada, há 140 sem coleta e tratamento de esgotos, há 140 anos sem hospital e médicos que possam prestar assistência em saúde de qualidade, há 140 sem uma educação de qualidade e moderna, há 140 sem geração de emprego e renda, há 140 anos sem política pública habitacional (a sonhada casa própria),  e tantas outras coisas.

As pessoas também sabem e comentam as causas dessas carências, quais sejam a corrupção, o desvio de finalidade no gasto público, o compadrio,  o divisionismo e sectarismo, o aparelhamento da prefeitura para os asseclas, o obscurantismo, a não priorização do que é crucialmente importante, a opressão, ameaças e violência  sobre o servidor público, os gestores sem projetos inovadores, a perpetuação do sistema explorador e opressor - sem respeito pelas pessoas, a compra de voto como método de ganhar as eleições, a venda de voto como método de ganhar alguma vantagem indevida dos candidatos, a educação que forma cidadãos de segunda classe - subalternos, a dominação de uns poucos, a existência das forças do atraso, o agricultor e agricultura sem crédito, o  empreendedorismo sem crédito, o cooperativismo e associativismo sem crédito e apoio, a prefeitura que não cuida do que é comunitário, o poderpúblico que não cumpre suas funções constitucionais e legais, a proliferação e perpetuação das injustiças, a falta de lisura e transparência e ainda a existência dos coronéis de barranca de rio.

Há um grito preso na garganta dos excluídos e dos passados para trás por esses que se apoderaram do município. Os inj[ustiçados de Manicoré clamam. Sim, eles clamam por oportunidade, por mais justiça social e por felicidade e realização plena enquanto pessoas e cidadãs. Sim, eles clamam por aquilo que lhes pertence por direito. Sim, eles clamam. Não clamam por migalhas, esmolas; clamam por cidadania plena.

Eis que urge inaugurar em Manicoré a nova política, com renovação. Há um jeito novo de fazer. O cidadão de bem necessita abrir-se para o novo e acreditar que uma nova Manicoré é possível. Urge que os princípios e condutas adiante sejam o guia de todos: o respeito pelas pessoas; a observância dos princípios constitucionais da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e economicidade, a justeza nas ações, a ampliação das oportunidades para todos, não roubar e nem deixar roubar, dar apoio e crédito para negócios inovadores, apoio e crédito para a agricultura, gerar emprego e renda, implantar a educação emancipadora, ter-se o poder público que cumpre o seu papel constitucional; instalar a transparência, ter senso de urgência, ter-se a gestão empreendedora e inovadora e gestão por resultados, ter-se o planejamento com efetiva participação popular, busca do bem comum, honestidade, efetivar a participação popular e da comunidade e aproveitar e desenvolver o potencial das pessoas e das comunidades.

Urge expulsar da cena cotidiana da política local a figura do candidato com os bolsos cheios de dinheiro distribuindo para apaniguados e a uns e outros recursos sabidamente surrupiados do erário, na calada da noite. E infelizmente por não poucos aclamado, festejado.

Urge vencer as forças do atraso.

É necessário somar forças.

Não aceitemos nos imporem viver os próximos 140 anos como foram os 140 primeiros.

Há um grito preso na garganta dos excluídos!

JETRO XAVIER, empreendedor e advogado em Manicoré.

25 de abr. de 2018

Por um basta no caos da energia elétrica no interior do Amazonas

Manicoré, AM

Com a decisão da Eletrobrás de não renovar a concessão da distribuição de energia elétrica no Amazonas e em outros estados da região norte e nordeste o fornecimento que já era ruim piorou.

O Governo Federal tenta dizer o contrário, mas nós que residimos no interior já sofremos as consequências disso. Segundo o Ministério de Minas e Energia não haveria queda na qualidade dos serviços porque, durante a prestação temporária de serviço, o governo vai definir condições para que as distribuidoras possam prestar o serviço com continuidade e adequação. Não é o que está ocorrendo.

Em comunicado oficial, a companhia afirma que até a transferência para o novo controlador as distribuidoras devem receber diretamente da União Federal ou através de tarifa todos os recursos e remuneração necessários para operar, manter e fazer investimentos que forem relacionados aos serviços públicos, sem qualquer aporte de recursos pela Eletrobras.

As distribuidoras de energia serão privatizadas.

Aí que reside nossa desgraça porque a companhia não fará investimentos de melhoria ou ampliação dos serviços. Vou repetir: por não ter renovado a concessão e estar prestando um serviço em caráter precário (meio que na caridade) e por estar em processo de privatização não colocará novos geradores, não ampliará as redes, não fará trará novas tecnologias, etc. Sem investimentos, portanto, sofreremos ainda mais. O caos está instalado.

Tomemos uma atitude hoje, pois se o interior do Amazonas não brigar por uma energia elétrica de qualidade voltaremos aos tempos da vela e do lampião.