Manicoré, M
15 de maio, aniversário de Manicoré, é um dia propício para refletirmos sobre o que queremos para Manicoré.
As pessoas sabem e comentam, está na nossa cara, que nosso município é
carente de muitas coisas. Estamos há 140 anos sem energia elétrica de
qualidade, há 140 anos sem água tratada, há 140 sem coleta e tratamento
de esgotos, há 140 anos sem hospital e médicos que possam prestar
assistência em saúde de qualidade, há 140 sem uma educação de qualidade e
moderna, há 140 sem geração de emprego e renda, há 140 anos sem
política pública habitacional (a sonhada casa própria), e tantas outras
coisas.
As pessoas também sabem e comentam as causas dessas carências, quais
sejam a corrupção, o desvio de finalidade no gasto público, o
compadrio, o divisionismo e sectarismo, o aparelhamento da prefeitura
para os asseclas, o obscurantismo, a não priorização do que é
crucialmente importante, a opressão, ameaças e violência sobre o
servidor público, os gestores sem projetos inovadores, a perpetuação do
sistema explorador e opressor - sem respeito pelas pessoas, a compra de
voto como método de ganhar as eleições, a venda de voto como método de
ganhar alguma vantagem indevida dos candidatos, a educação que forma
cidadãos de segunda classe - subalternos, a dominação de uns poucos, a
existência das forças do atraso, o agricultor e agricultura sem crédito,
o empreendedorismo sem crédito, o cooperativismo e associativismo sem
crédito e apoio, a prefeitura que não cuida do que é comunitário, o
poderpúblico que não cumpre suas funções constitucionais e legais, a
proliferação e perpetuação das injustiças, a falta de lisura e
transparência e ainda a existência dos coronéis de barranca de rio.
Há um grito preso na garganta dos excluídos e dos passados para trás por
esses que se apoderaram do município. Os inj[ustiçados de Manicoré
clamam. Sim, eles clamam por oportunidade, por mais justiça social e por
felicidade e realização plena enquanto pessoas e cidadãs. Sim, eles
clamam por aquilo que lhes pertence por direito. Sim, eles clamam. Não
clamam por migalhas, esmolas; clamam por cidadania plena.
Eis que urge inaugurar em Manicoré a nova política, com renovação. Há um
jeito novo de fazer. O cidadão de bem necessita abrir-se para o novo e
acreditar que uma nova Manicoré é possível. Urge que os princípios e
condutas adiante sejam o guia de todos: o respeito pelas pessoas; a
observância dos princípios constitucionais da legalidade,
impessoalidade, moralidade, publicidade e economicidade, a justeza nas
ações, a ampliação das oportunidades para todos, não roubar e nem deixar
roubar, dar apoio e crédito para negócios inovadores, apoio e crédito
para a agricultura, gerar emprego e renda, implantar a educação
emancipadora, ter-se o poder público que cumpre o seu papel
constitucional; instalar a transparência, ter senso de urgência, ter-se a
gestão empreendedora e inovadora e gestão por resultados, ter-se o
planejamento com efetiva participação popular, busca do bem comum,
honestidade, efetivar a participação popular e da comunidade e
aproveitar e desenvolver o potencial das pessoas e das comunidades.
Urge expulsar da cena cotidiana da política local a figura do candidato
com os bolsos cheios de dinheiro distribuindo para apaniguados e a uns e
outros recursos sabidamente surrupiados do erário, na calada da noite. E
infelizmente por não poucos aclamado, festejado.
Urge vencer as forças do atraso.
É necessário somar forças.
Não aceitemos nos imporem viver os próximos 140 anos como foram os 140 primeiros.
Há um grito preso na garganta dos excluídos!
JETRO XAVIER, empreendedor e advogado em Manicoré.
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