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12 de fev. de 2010

O dilema da Escola Brasileira: projeto eleitoreiro x projeto político.

Manaus, AM

          Navegando por um site de notícias me deparei com o seguinte episódio ocorrido no Estado de Roraima. Lá um aluno da rede pública estadual de ensino foi impedido de participar das atividades escolares porque teria retirado do tênis, recebido como fardamento escolar, as estrelas bordadas. Tais figuras, em número de três, insculpidas no calçado faziam referência à identidade visual do terceiro mandato do ex-governador Ottomar Pinto.

          Esse episódio traz uma importante lição, que é revelar o defeito principal da educação no Brasil. É notório o momento crucial que vive a escola brasileira, ela é carente de todos os insumos: educadores, conteúdos atualizados, motivação discente, infra-estrutura, formação teórica do educador, remuneração atrativa para o educador, condições materiais para a permanência do aluno em sala, projeto político-pedagógico, etc.

          O defeito que a Escola Brasileira possui é que atualmente ela é ainda um projeto eleitoreiro, como revelado no repugnável episódio no estado nortista. Hoje, a Escola tem um único fim, isto é, trazer visibilidade eleitoral e votos ao governante de plantão. Os estudantes e o país são os únicos prejudicados nesse desatino nacional.

          A Escola todavia é um projeto político, na melhor acepção da palavra, qual seja, uma instituição que visa ao desenvolvimento do cidadão, da sociedade e do Estado Nacional (o Brasil, em nosso caso), em concordância com os objetivos permanentes da nação. Enquanto não for entendida assim estará fadada ao insucesso.

          A Escola deve ser um projeto do coletivo, construído por todos. Assim, governos, educadores, organizações da sociedade civil, pais e alunos participam do processo construtivo, cada um dando sua contribuição. Esse construir coletivo é o que fará a diferença no mister educativo de sucesso, ao contrário do que vê hoje.

          Urge reorientarmos a Escola para o caminho do sucesso. Necessita-se vencer o estigma de ser um projeto eleitoreiro, como já dito, e transformá-la num Projeto Político Nacional, com o encargo precípuo de ser o motor das transformações sociais, econômicas e espirituais do Brasil.

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