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9 de mar. de 2010

Reintegração de posse e política de habitação.

Manaus, AM

          O movimento social legítimo de reivindicação de habitação urbana que até hoje ocupou área ao lado do Parque São Pedro, Zona Oeste de Manaus, nada mais é que o exercício do direito de resistência e a busca de justiça social que a sociedade amazonense clama. Alguns chamam esses lutadores de invasores, outros de bandidos e aqueles que arrazoadamente defendem a causa dos pobres os titulam de desamparados. Eu me filio a estes últimos.

          A reintegração de posse, excluída a questão jurídica, revela explicitamente o desapreço das autoridades e dos governos pela questão da moradia para os pobres. Para estes é caso de polícia. A criminalização desses movimentos é a estratégia dos conservadores para sufocar a aspiração social legítima. Se assim continuar, as cenas se repetirão outras vezes.

         Precisamos articular um movimento popular autêntico e eficaz para exigir políticas públicas que solucionem uma vez por todas essas questões. Por isso é que lutamos por uma ampla reforma urbana. Moradia digna com condições dignas para todos.

         Milhões de famílias vivem em áreas de risco, não apenas devido a enchentes e desabamentos. Há milhões que estão no dia a dia vivendo em péssimas condições, sem acesso a água, sem saúde, com transporte precário e esgotos a céu aberto. Mesmo levando em conta a possibilidade de melhorias nestas sub moradias, seriam necessárias mais de seis milhões e seiscentos mil moradias para combater o déficit habitacional do país.

          Defendemos a mobilização dos sem-teto e dos movimentos populares por moradia. Somos a favor de uma ampla reforma urbana, que tenha na raiz o combate à vergonhosa especulação imobiliária.

         Meu apoio aos companheiros do Parque São Pedro.

Leia a seguir notícia publicada originalmente no Blog do Holanda (http://www.blogdoholanda.com.br/)

A BATALHA ENTRE PM E INVASORES. FOTOS INÉDITAS


Em 9/3/2010, ás 20:29


A reintegração de posse do terreno de propriedade de Oliveira Lobato, situado ao lado do Parque São Pedro, Zona Oeste de Manaus, ocupado por aproximadamente 500 famílias, entre as quais cerca de 60 de indígenas, começou por volta das 13h, em clima de guerra. De um lado, policiais militares, armados e usando como apoio um helicóptero; do outro, os invasores dispostos a resistir. Por grande parte da Torquato Tapajós se podia ver uma imensa nuvem de fumaça negra e nas proximidades se ouviu muitos disparos de armas de fogo (armas não letais) e fogo em barricadas levando homens do Corpo de Bombeiros a pagar as chamas para evitar explosões de botijas de gás colocadas como defesa para explodir e evitar a entrada da polícia.

De acordo com informações da polícia, um invasor e um policial militar foram feridos e levados ao Pronto-Socorro. Diversas pessoas foram presas.

Os invasores armados com arcos e flechas, pedaços de paus, pedras e fogos artifícios, reagiram à ação dos homens do Batalhão de Choque, Cavalaria, Ronda Ostensiva Cândido Mariano e o Grupo Raio, que acompanharam o oficial de Justiça para que a ordem judicial fosse cumprida.

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