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11 de mar. de 2010

Dia da Mulher: "A doutora do Brasil em humanidade"

Manaus, AM


          Como os pássaros, que cuidam de seus filhotes ao fazer um ninho no alto das árvores e nas montanhas, longe de predadores, ameaças e perigos, a médica sanitarista e missionária católica Zilda Arns Neumann cuidou das crianças e idosos carentes do Brasil como um bem sagrado, ao promover o respeito a seus direitos e protegê-los. Nela, não havia distância entre intenções e ações.


          Zilda Arns era irmã caçula do arcebispo-emérito de São Paulo, dom Paulo Evaristo Arns. Nasceu em Forquilhinha (SC), em 25 de agosto de 1934, e dedicou sua vida a trabalhos de solidariedade, apostando na educação como ferramenta para combater as doenças infantis e a desnutrição. Criou o método de atenção às gestantes pobres e às crianças desnutridas, hoje um paradigma adotado em vários países da América Latina e da África. Esse trabalho a levou para o Haiti, onde foi vítima de terremoto em 12 de janeiro deste ano.

          A Pastoral da Criança, que Zilda coordenava, foi criada em 1983 e atua hoje em 27 países. Ela também estava envolvida na coordenação da Pastoral da Pessoa Idosa, e participava como representante da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) no Conselho Nacional de Saúde e no Conselho Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES). Um de seus principais projetos era o de Alimentação Enriquecida, que consiste em educar as populações carentes sobre meios de enriquecer os alimentos do dia a dia.

          A atuação de Zilda Arns rendeu-lhe prêmios e homenagens no Brasil e no mundo. (...) De maneira profética, Zilda Arns mostrou que a solução vem de baixo, da sociedade que se mobiliza. Para isso, ela suscitou a sensibilidade humanitária e revelou em miniatura que um mundo justo e igualitário não só é possível, como realizável no aqui e agora.


P.S:
          1. O Brasil e o Amazonas precisam de pessoas dessa rara estirpe. Registro aqui minha homenagem póstuma a Dra Zilda Arns e que seja sua vida exemplo para as mulheres de nossa terra.
          2. Esta matéria foi publicada originalmente na Revista Fenae Agora n. 62, jan-fev 2010.

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