Manaus, AM
Unidos pra Lutar
Informativo dos trabalhadores da educação independente do governo AMAZONAS
Não ao fim das disciplinas de FHA, FGA e Ed. Artística!
A redução em 50% das cargas-horárias das disciplinas de F.H.A (Fundamentos de História do Amazonas)., F.G.A (Fundamentos de Geografia do Amazonas), Ed. Artística e Ensino Religioso. Foi uma medida arbitrária, antipedagógica e principalmente retrógrada. Não consta em nenhuma resolução recente do conselho municipal de educação qualquer referência a redução de carga-horária das referidas disciplinas. Portanto, tais medidas são totalmente arbitrárias e desnecessárias, pois não trará benefício de aprendizagem dos alunos conforme divulgado pela SEMED.
O argumento que a redução das cargas-horárias dessas disciplinas contribuirá para redução dos índices de reprovação em matemática e língua portuguesa é extremamente contraditório. O aumento da quantidade de aulas, de língua portuguesa e matemática, não são garantias de uma boa aprendizagem porque na prática ocorrerá uma sobrecarga aos professores destas disciplinas.
A razão dos altos índices de reprovação está na falta de condições básicas de trabalho, salas de aula lotadas, o que inviabiliza um acompanhamento mais individualizado, na persistência do turno da fome, que contribui para evasão escolar e em a não valorização dos profissionais da educação. Esses sim são elementos dos altos índices de reprovação.
A implantação das disciplinas regionais (FHA e FGA), no currículo do ensino básico, representou um passo importante na interpretação dos processos históricos e geográficos da nossa região, na medida em que os conhecimentos regionais sobre a Amazônia, aqui produzidos, passaram a ser adotados na sala de aula. Durante muitos anos a realidade da Amazônia era interpretada através dos “compêndios” produzidos no eixo Rio São Paulo sobre ótica conservadora e marginalizadora das elites sulistas. Portanto, a redução das cargas horárias desses componentes curriculares representa um grande retrocesso.
A redução da carga horária de Ed. Artística é mais uma medida arbitrária. Ora, no momento em que o debate em torno do ENEM redimensiona os conceitos de competências e habilidades do processo ensino e aprendizagem o componente curricular de Ed. Artísticas ganha um peso mais significativo com instrumento pedagógico. Contrariando tudo isso os "iluminados" da SEMED reduzem em 50% a carga horária desse componente curricular.
Essas medidas de redução das cargas horárias, com "a devolução" de dezenas de professores à SEMED não é um fato isolado. Não é de hoje que a nossa categoria vem sofrendo ataques. Na gestão do prefeito Serafim (PSB) a categoria foi obrigada a “engolir” o PCCS sem debate e aprovado de madrugada na Câmara Municipal com apóio da direção do SINTEAM. Na atual gestão do prefeito Amazonino (PTB), que prometeu rever o PCCS durante a campanha eleitoral, nada fez. Porém por diversas vezes já “ensaiou” a retirada do nosso vale transporte e reduziu o plano de saúde da categoria, quando cortou os convênios da MANAUSMED. Agora o mais novo ataque à categoria é o “enxugamento”, termo muito.
Usado na lógica dos empresários. A quem interessa a redução de turmas e a devolução de dezenas de professores à SEMED? Não será dessa forma que se resolverão os altos índices de reprovação; será o investimento maciço. A redução das cargas e a "devolução" dos professores à SEMED é primeira parte do “pacote” de ataques à nossa categoria. Precisamos reagir, caso contrário, prosseguirão os ataques, tornando essas disciplinas facultativas, portanto “não necessária”, o que colocará vários professores à disposição da SEMED. E todos estão passivos de serem dispensados do serviço público.
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