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3 de mar. de 2024

Crônica: Neocolonialismo Ambiental


Ah, meus caros leitores, aqui estamos nós mais uma vez para contemplar o espetáculo da preguiça e da ingenuidade humana, agora sob o manto sombrio do neocolonialismo ambiental na magnífica Amazônia. Sim, me refiro àquele vasto tesouro verde que nos últimos tempos tem sido alvo de cobiça, não dos espanhóis e portugueses do século XVI, mas de uma nova leva de exploradores modernos, sedentos por lucro e indiferentes ao destino da nossa tão exaltada floresta tropical.

Como um filme de má qualidade que teima em se repetir, testemunhamos o homem da Amazônia mais uma vez sendo seduzido por promessas vazias, por discursos falaciosos e por cifras reluzentes. É como se a lição da história tivesse sido esquecida, como se as feridas abertas pelo passado colonial ainda não tivessem cicatrizado o suficiente para nos alertar dos perigos que espreitam sob a máscara do progresso.

O neocolonialismo ambiental, esse novo monstro de várias cabeças que se alimenta da ganância e da desinformação, encontrou terreno fértil na Amazônia. E lá está ele, vestido com as roupas da sustentabilidade e do desenvolvimento, prometendo um futuro próspero enquanto semeia a destruição e a dependência. E o homem da Amazônia, coitado, cai na armadilha como um pássaro ingênuo que se deixa capturar pela beleza da armadilha.

E o que dizer dos governantes, aqueles que deveriam zelar pelo bem-estar de seu povo e de sua terra? Ah, esses senhores e senhoras que trocam a dignidade por alguns trocados e vendem o futuro de sua nação por um punhado de dólares. São como marionetes nas mãos dos poderosos, dançando conforme a música da corrupção e do interesse próprio.

E enquanto tudo isso acontece, o mundo observa, com sua hipocrisia costumeira, fingindo-se preocupado com o destino da Amazônia enquanto continua a alimentar o monstro com sua demanda voraz por recursos naturais. É como se estivéssemos todos em um grande teatro, onde cada um desempenha seu papel na tragédia que se desenrola no palco da nossa consciência coletiva.

Mas, ó ironia das ironias, o verdadeiro protagonista dessa história trágica é o próprio homem da Amazônia, aquele que poderia ser o guardião de uma das maiores riquezas naturais do planeta, mas que prefere se contentar com migalhas e ilusões de grandiosidade. É como se estivéssemos diante de um gigante adormecido, que se deixa enredar pelos laços invisíveis do neocolonialismo ambiental, incapaz de despertar para a sua própria grandeza.

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