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15 de nov. de 2023

Desafios da Amazônia: Superar o Extrativismo primitivo.

Manicoré/AM 


O extrativismo primitivo ainda presente na Amazônia representa um anacronismo econômico que persiste à revelia do progresso e das oportunidades oferecidas pelo avanço tecnológico. O filósofo Mangabeira Unger, professor em Harvard, no Programa Canal Livre, exibido em 12/11/2023 na TV Bandeirantes, destacou a ineficácia desse modelo, classificando-o como antiquado e ultrapassado, incapaz de proporcionar prosperidade aos habitantes da floresta.

 

A prática extrativista, baseada na coleta de recursos naturais sem a devida incorporação de técnicas modernas, é um fardo para o desenvolvimento sustentável da região amazônica. Enquanto o mundo avança em direção a formas mais eficientes de produção e gestão dos recursos naturais, a persistência desse modelo retrógrado na Amazônia mantém suas comunidades isoladas de oportunidades que poderiam trazer uma transformação significativa em suas condições de vida.

 

A impropriedade da "glamourização" da miséria na Amazônia também merece atenção crítica. A romantização da vida rústica e da pobreza extrema na região, por vezes propagada como uma forma de preservação cultural, não só desconsidera a realidade socioeconômica dos habitantes locais, mas também perpetua a ideia prejudicial de que a modernização e a integração nas cadeias globais de produção são incompatíveis com a preservação ambiental.

 

A manutenção do extrativismo primitivo não apenas limita o potencial econômico da Amazônia, mas também impede a adoção de práticas mais sustentáveis e integradas. A falta de apropriação das tecnologias agrícolas, a resistência às novas formas de produção e a relutância em se integrar às cadeias nacionais e globais de comércio perpetuam um ciclo de estagnação que prejudica tanto a região quanto o país como um todo.

 

É crucial abandonar a visão sofística que justifica a manutenção desse modelo ultrapassado sob a alegação de preservar tradições. A verdadeira preservação cultural envolve a adaptação e a incorporação de práticas sustentáveis que permitam o desenvolvimento econômico sem comprometer irremediavelmente os recursos naturais.

 

A Amazônia não pode ser condenada à estagnação sob o pretexto de manter um modo de vida que, na prática, contribui para a marginalização e o empobrecimento das comunidades locais. A busca por alternativas economicamente viáveis e sustentáveis é imperativa, visando o equilíbrio entre desenvolvimento e preservação ambiental. O desafio é encontrar um caminho que respeite a riqueza cultural da região, mas que também proporcione uma vida digna e próspera para seus habitantes, integrando-os de maneira eficaz no cenário econômico global do século XXI.

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