Manicoré/AM
O extrativismo primitivo ainda
presente na Amazônia representa um anacronismo econômico que persiste à revelia
do progresso e das oportunidades oferecidas pelo avanço tecnológico. O filósofo
Mangabeira Unger, professor em Harvard, no Programa Canal Livre, exibido em
12/11/2023 na TV Bandeirantes, destacou a ineficácia desse modelo,
classificando-o como antiquado e ultrapassado, incapaz de proporcionar
prosperidade aos habitantes da floresta.
A prática extrativista,
baseada na coleta de recursos naturais sem a devida incorporação de técnicas
modernas, é um fardo para o desenvolvimento sustentável da região amazônica.
Enquanto o mundo avança em direção a formas mais eficientes de produção e
gestão dos recursos naturais, a persistência desse modelo retrógrado na
Amazônia mantém suas comunidades isoladas de oportunidades que poderiam trazer
uma transformação significativa em suas condições de vida.
A impropriedade da
"glamourização" da miséria na Amazônia também merece atenção crítica.
A romantização da vida rústica e da pobreza extrema na região, por vezes
propagada como uma forma de preservação cultural, não só desconsidera a
realidade socioeconômica dos habitantes locais, mas também perpetua a ideia
prejudicial de que a modernização e a integração nas cadeias globais de
produção são incompatíveis com a preservação ambiental.
A manutenção do extrativismo
primitivo não apenas limita o potencial econômico da Amazônia, mas também
impede a adoção de práticas mais sustentáveis e integradas. A falta de
apropriação das tecnologias agrícolas, a resistência às novas formas de
produção e a relutância em se integrar às cadeias nacionais e globais de
comércio perpetuam um ciclo de estagnação que prejudica tanto a região quanto o
país como um todo.
É crucial abandonar a visão
sofística que justifica a manutenção desse modelo ultrapassado sob a alegação
de preservar tradições. A verdadeira preservação cultural envolve a adaptação e
a incorporação de práticas sustentáveis que permitam o desenvolvimento
econômico sem comprometer irremediavelmente os recursos naturais.
A Amazônia não pode ser
condenada à estagnação sob o pretexto de manter um modo de vida que, na
prática, contribui para a marginalização e o empobrecimento das comunidades
locais. A busca por alternativas economicamente viáveis e sustentáveis é
imperativa, visando o equilíbrio entre desenvolvimento e preservação ambiental.
O desafio é encontrar um caminho que respeite a riqueza cultural da região, mas
que também proporcione uma vida digna e próspera para seus habitantes,
integrando-os de maneira eficaz no cenário econômico global do século XXI.
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