Tefé, AM
Estratégia é preparar os produtores extrativistas indígenas para a certificação da para a castanha in natura
Famílias das comunidades indígenas dos municípios de Alvarães e Uarini, na região do Médio Solimões, conquistam os primeiros resultados do projeto Certificação Orgânica da Castanha da Amazônia, aprovado em 2008 pelo projeto Corredores Ecológicos da Amazônia, do Ministério do Meio Ambiente (MMA).
O projeto é executado desde janeiro de 2009 pela Secretaria de Estado para os Povos Indígenas (Seind), em parceria com a Agência de Desenvolvimento Sustentável (ADS), prefeituras e associações indígenas dos dois municípios.
De acordo com dados do último levantamento, estima-se uma produção média em Marajaí de 26 toneladas (520 hectolitros) de castanha.
As demais comunidades indígenas apresentam, juntas, uma produção média de 61,5 toneladas.
Para que as associações consigam identificar qual seguimento de mercado em que possam pagar um preço mais justo pelo produto, é necessário iniciar o processo de certificação orgânica e adequar a produção as exigências e padrões propostos.
Certificação
O projeto tem recursos no valor de R$ 169,3 mil e consiste em preparar as famílias para o processo de certificação em Marajaí e Igarapé Grande, do povo Mayoruna (Alvarães), e Miratu, do povo Miranha (Uarini).
A estratégia é preparar os produtores extrativistas indígenas destas comunidades para a certificação e concluí-la até o fim do projeto com a emissão do selo para a castanha in natura.
Marajaí e Miratu são as duas comunidades da região Norte que irão receber o selo de qualidade para a produção da castanha orgânica da Amazônia.
As associações indígenas dos dois povos já possuem experiência na coleta e comercialização da castanha, mas vinham enfrentando o problema da ausência de mercado com preço justo, por conta da baixa qualidade do produto.
Neste sentido, as organizações parceiras executam um projeto que garante a melhoria nas estruturas de secagem e a capacitação em boas práticas de manejo.
A comunidade/aldeia Marajaí existe sob forma de associação comunitária desde 1972, quando tinha apenas 15 famílias. Hoje são 98 famílias, cuja base da economia ainda é a agricultura e a extração de produtos da floresta, principalmente a castanha.
Somente em 2004 passou a ser constituída juridicamente, quando passou a ter representatividade na luta seus direitos.
O povo Miranha habita há quase um século a Terra Indígena Miratu, localizada à margem direita do Lago do Uarini.
Certificação
A certificação é um instrumento de mercado que nos últimos anos tem sido procurado pelas iniciativas populares para que seus produtos consigam um nicho de mercado diferenciado.
O processo de certificação exige o cumprimento de padrões e critérios que envolvem questões tecnológicas, sociais, ambientais e de qualidade. Entrar no processo requer, às vezes, adaptações inovadoras em práticas tradicionais.
As infomações são da assessoria de imprensa da Seind.
Nenhum comentário:
Postar um comentário